Leo Barreto Leo Barreto - Circo da Vida

Se hoje o sol
Já não nasce mais
No nosso horizonte

E a cada dia
Nossos sonhos
Cada vez mais distantes

Refém das mesmas
Velhas mentiras
Fantoches de quem quer sempre mais

Abutres sobrevoam brasília
E nos esperam
Sem perder a ternura jamais

Quem é que vai nos proteger?
O rei está nu
E vira comercial de TV

Você diz que não sabe e não quer ver
Que os tolos hoje são muitos mais
Se faz de surdo e mudo pra viver
Pessoas de plástico sempre vivem em paz

O tempo passa
E mais e mais
Nós vamos nos iludindo

E pelas ruas
Os faisões passeiam
Sobre a miséria

Dizendo somos
Todos irmãos
Dizendo somos todos iguais

Mas vejo sempre
Ricos e pobres, negros e brancos
Americanos e orientais

E os vermelhos da América do Sul?
Falam pra plebe
Mas adoram luxo e glamour

Seu Zé, Maria e João
No picadeiro ganho meu quinhão
O palhaço ri do que nunca fiz
Mas se eu te engano é pelo meu país

Tem circo e pão e o povo pede bis